domingo, 3 de abril de 2011

; quarto escuro

        Luzes apagadas e imaginação a mil.

        No quarto escuro as máscaras caem e o mundo é cru como realmente deveria ser.
        Quando sou eu e só eu, eu e o escuro, os pensamentos ecoam, batem nas paredes e voltam, chocando-se em mim e me chocando de volta.
        Os medos aparecem e se mostram, me deixando com aquela sensação estranha de consciência plena, com o gosto amargo que me segura na insegurança. Os receios pulam pra fora, gritam face à face a mim, me fazendo lembrar de quem realmente sou. No quarto escuro os desejos afloram, os instintos emergem e sufocam.
        Os pensamentos mais absurdos e deturpados vêm de encontro à pureza estúpida que insiste em ser fachada, fechada no semblante por vezes insosso, se confundem e se abraçam numa dança estranha, celebrando a existência plena. As risadas são a melodia, o choro é a poesia... No escuro, sou a verdadeira face de mim.
        E quando as luzes se acendem?
       
        Meus olhos se fecham na opacidade da mentira descarada, escondendo absolutamente tudo – da luxúria ao medo, e todos os outros segredos –, e o sorriso esconde o turbilhão que realmente existe aqui dentro... Dentro de cada um de nós.

11 comentários:

  1. e quando o eu escritor volta, volta com tudo *-* Amei <3 Não o deixe sumir por mais muito tempo, hunf.

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  2. lindo, a-do-rei o jogo de palavras e sentimentos *-*

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  3. adoreeeiii!!
    fazia tempo q não lia o seu blog,mas ess post matou a saudade da sua forma poética de escrever!!

    como sempre, LINDO!!

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  4. Amei *o*

    Mto mto mto bom Mary. Parabéns!

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  5. Tô sem palavras. Muuuuuuuuuuuuito bom!

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  6. Explica perfeitamente o que acontece todo santo dia, quando vou dormir e fico deitada pensando em TUDO, TODO SANTO DIA (noite).
    Não sei como você consegue escrever assim, Maly, mas você CONSEGUE.

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