segunda-feira, 25 de junho de 2012

; ampulheta (sobre eu cor e eu música)


               A areia vai caindo, grão a grão, e eu olho para o desenho. Não me lembro de quando troquei o lápis preto pelos outros, mas de fato, está ficando bom. Colorido. Cheio de camadas, de calor e de sorrisos.
               As cores brincam, tom sobre tom, assim como na música. E é assim que me sinto confortável – quando tudo se mistura numa coisa só. Quando eu sou uma coisa só. Música, cor, nota, traço, acorde, canção... Sentido. Sentindo. Ou não.
               Mais areia pra baixo e eu sei que está em ritmo intenso, mas estou satisfeita com o resultado até aqui. Os traços são firmes, concretos, corretos, um leve colorido montando a aquarela daqui de dentro. Eu gosto do brilho, do tom, do gosto, do som...
               Os grãos terminam. Hora de virar de cabeça pra baixo e começar de novo a contagem, a melodia, a montagem, a composição.
               E tocar (a música, o tempo, a vida).

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