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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

; coleccionista de colores

        Coleciono cores.

        Coleciono cores porque elas me dão razão para seguir em frente, razão para viver. Coleciono cores porque elas não são apenas cores: são também os meus sonhos. Então, coleciono sonhos. Porque nada nessa vida é mais desesperadoramente importante quanto sonhar.
        Coleciono cores porque com elas sou capaz de descobrir os mistérios do mundo. Sou capaz de olhar os detalhes, de desvendar minhas dúvidas. Coleciono cores porque com elas redescubro cada pedacinho de mim, e com elas posso pintar novos pedacinhos e continuar, constantemente, mudando. Colorindo.
        Coleciono cores porque com elas vêm os sentimentos. E com cada sentimento vem uma enxurrada de novas sensações e de novos mundos e cores para serem explorados. E cada cor, cada sentimento bom ou ruim, me ensina muito mais do que eu seria capaz de aprender caso não as colecionasse.
        Coleciono as cores da loucura, da tranquilidade e do delírio. Coleciono as cores do fanatismo e coleciono as cores da calma. Coleciono as cores da magia e da alma. Coleciono as cores de todas as emoções. Coleciono cada cor do caminho que sigo cada dia, sem medo. Coleciono as cores do destino.
        Coleciono as cores do pôr-do-sol. As cores da lua no céu escuro. Coleciono as cores da água, da luz tocando preguiçosamente a grama no fim de tarde. Coleciono as cores dos olhos e as cores dos sorrisos. Coleciono as cores de cada amigo, e de cada um que passa por mim, deixando seus tons sobre o papel em branco que é minha vida – o papel que preencho a cada dia da minha existência.
        Coleciono cores porque isso é apenas uma metáfora para dizer que coleciono memórias. E as memórias me fazem ser quem sou. Pro bem ou pro mal, colecionar cores é o que forma o meu caráter e minha personalidade. E colecionar cores é o que me faz ser quem sou. E é o que me faz feliz.
        Não consigo me imaginar em uma vida de preto e branco...



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E só lembrando, com a tag... Tem gente me devendo uns textos, né? Ham!
Beijos! ;*

sábado, 25 de setembro de 2010

; colorindo

        Se cada vez que eu sorrisse meu amor se transformasse em cores, o mundo seria feito um arco-íris.
        Ou ainda mais colorido, mais vibrante, mais diverso.
        Mais intenso.

        Haveria o violeta da sinceridade, da cumplicidade, do respeito e do envolvimento. O violeta que nos pega sempre nos momentos de silêncio, de um jeito que nos faz conversar assim – sem palavras, apenas por emoções tão explícitas em pequenos gestos.
        Haveria também o anil da lealdade inabalável, da confiança mútua que nos cerca o tempo inteiro. Aquele que nos faz mais nobres, que nos faz mais dignos, e que tornam o amor honrado como deve ser.
        Haveria o azul da tranquilidade e do afeto. O azul dos abraços longos, inacabáveis; o azul de dormir junto embaixo de cobertores enormes e nunca mais querer sair dali. O azul do "o mundo poderia parar naquela tarde".
         Haveria o verde da energia e do crescimento. Da esperança dos dias mais tristes e descoloridos. Verde do dia correndo descalço no campo e da barraca no meio do nada, onde só os suspiros interromperiam o silêncio absoluto.
        Haveria o amarelo da alegria. O amarelo das crises de riso – até nos momentos mais inapropriados! –, o amarelo da juventude e de tudo de bom que possa vir. O amarelo das receitas que dão errado e tornam-se sorrisos; o amarelo energia e das guerras de travesseiro.
        Haveria o laranja do movimento, de um fugir do abraço molhado e gelado do outro. O laranja das mudanças – das boas e as ruins. O laranja daquelas trocas de olhares.
        E haveria o vermelho. E mais amor impossível! O vermelho da atração. Vermelho dos beijos e dos sussurros. O vermelho da paixão, das noites e dos toques. O vermelho que torna tudo tão absurdamente forte; o vermelho latente da volúpia e da inocência – e das duas combinadas.
       
        Então haveria o branco e o preto. A tolerância, proteção, cuidado e tranquilidade; a introspecção, a quietude e os momentos de reflexão. E por fim, todos os tons entre todas as cores. E eles deixariam tudo absolutamente lindo, ainda mais irresistível.
       
        Ah, se cada vez que eu sorrisse meu amor se transformasse em cores!

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Novo layout, gostaram? :)
Não tive coragem de tirar a menininha dali! :P

Mais um post pra série "Colecionando Cores", e logo haverão mais novidades dela por aqui!

Bjsbjs, bom fim de semana!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

; colecionando cores

Então tudo mudou.
O mundo, antes um caleidoscópio de cores, agora era todo confuso, borrado.
Preto e branco.
Todas as minhas cores, as cores que eu sempre adorei, tinham ido embora.
Sem o amarelo dos raios de sol logo de manhã, ou o azul-com-rosa-tingido-de-laranja do crepúsculo. O verde dos gramados já não estava mais lá, e nem o vermelho e roxo das flores. Sem o azul do céu, e o prateado brilhante das estrelas.
Comigo, agora, eram só eles: o branco do nada, o preto do vazio, e os tristes e gelados tons de cinza entre eles.

Nada mais tinha graça: já não sentia aquele calor (antes julgado insuportável, mas que naquele momento fazia falta) das tardes andando por entre as árvores; já não sentia aquele vento do fim de tarde; já não havia aquela chuva cheia de azul, trazendo o arco-íris no final.
As cores tinham ido embora, e com elas, os sentidos e sentimentos.
O único aqui, persistente, era a tristeza estranha do cinza.

Senti falta de tudo como era antes, de ver as formas definidas, os rostos queridos; e dar a cada um deles a cor perfeita, que melhor lhe descreveria, que mais me faria lembrar de todas as emoções presentes ali, nos mais simples detalhes. Senti falta das brincadeiras, das risadas, dos abraços; das tardes e das manhãs como eram antes.

Onde estavam todos?
Onde estavam as cores?


E então eles começaram a voltar: não trazendo suas cores de volta, impondo-as; mas me dando a oportunidade de pintá-las mais uma vez, como fora tempos atrás.
Ao invés de chegarem já coloridos, vieram como aquelas revistas de colorir, prontos para que suas cores fossem (re)descobertas.
E para mim uma mão estendida, que nesse mundo de metáforas poderia ser como uma daquelas caixas de lápis-de-cor que toda criança quer ganhar: quarenta e oito cores, aquarela; cheiro de lápis novo e, na imaginação infantil, um mundo todo de tons para serem explorados.

Agora já vejo formas, e não mais apenas o branco, preto e cinza, borrados entre si.
Formas perfeitas, delineadas e delicadas, esperando para serem preenchidas pelo roxo, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.


Hora de voltar a colecionar as cores.