segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

; lute

        Acho que a mensagem "o que transmitimos é o que volta ao nosso encontro" é muito verdadeira em vários pontos, mas moldo essa crença de outra maneira para o meu dia-a-dia.
        Creio, sinceramente, que toda essa conversa de transmissão tem mais a ver com o acreditar. Quando acreditamos com todas as nossas forças que podemos fazer algo, que podemos alcançar um objetivo, conscientemente ou não partiremos em busca desse sonho até o fim.
         Temos em nossas mãos não apenas as energias positivas que os livros citam... Temos o poder de fazer acontecer. O poder não apenas de sentir, mas o de mudar. O poder de erguer a cabeça, manter os olhos no horizonte e corrermos até as nossas forças se esgotarem para finalmente conseguirmos alcançá-lo. Temos o poder de acordar a cada dia e decidir o que iremos fazer, como usaremos o nosso tempo e como agiremos para que o mundo acabe nos recompensando.
         Nada vem de graça. Ficar sentado o dia inteiro lamentando "o que era pra ser, mas não foi" não leva ninguém a lugar algum. Chorar pelo amor perdido, ou pelo alguém que nunca chegou a realmente ter, não leva alguém a lugar algum. Descontar nos outros suas próprias frustrações sem mover um dedo sequer para fazer as coisas serem diferentes, definitivamente, não leva alguém a lugar algum. Os outros não tem culpa pelos seus próprios erros. Os outros não tem culpa pelas injustiças que você insiste em dizer que acontecem com você, ninguém é culpado pelos seus amores ou desamores.
        Cada um deve carregar o fardo que lhe cabe, com sorriso no rosto e expressão determinada. Só assim as alternativas aparecerão.
        E é preciso tentar. Ir além dos limites, ir além da cômoda sensação de impotência que muitos de nós deixam se abater e uma vez ali, dificilmente fazemos algo para mudar. É preciso seguir em frente.
        Lágrimas não traçam caminhos, gritos não derrubam obstáculos.

        Como disse o mestre: As pessoas se sentem desiludidas porque passam tempo demais se iludindo.
        Não se iluda – Lute.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

; vontade

        As nuvens cobriam todo o céu, mas por entre algumas delas eu podia facilmente distinguir a lua e as estrelas. Estava deitada na cama, janela aberta e olhos atentos no eclipse que estaria para acontecer. O vento soprava de leve e a chuva vinha preguiçosa.
        Junto com a chuva - e com o eclipse já eminente, talvez - vieram os pensamentos. Os pensamentos sobre presente, sobre passado e sobre futuro. Os pensamentos que me levaram naquele momento a dimensões que só costumo visitar em sonhos, nos mais doces sonhos. Daquele tipo de sonho que a gente dorme torcendo pra ter.
        E todos esses pensamentos se fundiram e se transformaram em vontade. Vontade de que as estrelas brilhassem um pouquinho mais. Vontade de que o eclipse durasse um mês todo, não só algumas horas, pra eu ter uma desculpa plausível pra ficar feito boba olhando a lua. Vontade de que as horas não passassem, e vontade de que o futuro distante chegasse bem naquele momento, só pra ver se a ansiedade acabaria de uma vez. Vontade de que as coisas fizessem um pouco mais de sentido, que fossem mais como histórias de filme e menos como vida real. Vontade de ter alguém mais perto... Bem mais perto.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

; hitten

        Quantas vezes as pessoas têm o poder de nos atingir?
        Tantas quantas formos idiotas o suficiente para deixarmos com que elas o façam.

        Não importa o número de barreiras que criamos, não importa as camadas que nós tecemos ao redor dos sentimentos, não importa as linhas que criamos no imaginário para separar cada pequena parte de nós e do que sentimos dentro da mente e do coração... Sempre há um caminho.
        O problema é que mesmo que criemos um bilhão de medidas mentais e sentimentais, acabamos deixando com que as pessoas as derrubem uma por uma e nos alcancem onde somos mais vulneráveis. E então lá estamos, tolos como só os que amam podem ser, esperando de alguém o máximo que sabemos que não podem nos dar.
        E quando vem a decepção e tudo parece ruir sob os nossos pés... Bem, a culpa no fim é nossa mesmo. Porque as barreiras não foram o suficiente. Porque não cuidamos tanto quanto deveríamos.
        Porque soubemos desde o início que sempre tem um pé de ferro para pisar num coração mole...

; what about the future?

        Meninas por todo o território nacional acordam pensando em como será o dia na escola. Com quantos gatinhos conversarão naquele dia, e quantos as adicionarão no orkut. Saem de suas camas de confortáveis lençóis de algodão pra irem pra frente do espelho exagerar na dose da chapinha, do perfume e da maquiagem. Colocam roupas curtas e tão coladas ao corpo que fariam o cabelo de qualquer senhora de quarenta e poucos anos ficar de pé. Passam perfume, sorriem pros pais que acham tudo aquilo lindo e partem para mais um dia em que se dividem entre ficar com o menino da turma mais velha e acabar com a vadia da sala que se acha melhor que eu.
        Seu sonho é conhecer a Disney.
        Seu pesadelo é uma greve de manicures.
        Sua ferramenta é o Photoshop.
       
       
         Meninos por todo o território nacional acordam pensando em como será o dia na escola. Em quantas meninas passarão uma cantada, quantas suspirarão quando os virem passar. Pulam da cama de lençóis de algodão e pisam sem querer no controle do Xbox 360, aquele que eles ficaram jogando até altas horas da madrugada no dia anterior. Correm pra frente do espelho pra arrumar a franja de acordo com a moda atual. Vestem calças justas e blusas tão justas quanto, tudo em tons coloridos, vibrantes. Tomam banho de desodorante teen, sorriem pros pais que acham tudo aquilo lindo e partem para mais um dia em que se dividem entre falar sobre os times de futebol na escola e discutir sobre qual é a melhor banda colorida da atualidade.
        Seu sonho é ter o tênis mais caro do shopping.
        Seu pesadelo é que chova em seu cabelo.
        Sua ferramenta é o RedTube.




        Enquanto isso, em Brasília, políticos aprovam aumento de sessenta porcento no salário do legislativo e do judiciário.
        E o futuro, Brasil?
        Está nas mãos daquelas crianças ali em cima.
       
        Pensem nisso.
        E temam.


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Indignação é a palavra...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

; duas palavras

        Vim pra dizer apenas duas palavras. Talvez eu tenha demorado demais, mas meus pés precisavam passar por toda a estrada antes de chegar aqui, sem atalhos. Meu coração precisava de um tempo para voltar ao seu lugar, e agora ele não está mais ferido.
        Quero dizer, antes das duas palavras, que não sei bem o que tem acontecido dentro da minha cabeça. Em algum lugar no meio da confusão de músicas e medos, de palavras e sentimentos, eu me perdi um dia. E demorei pra reencontrar o caminho certo. Mas agora tenho certeza de que andei o suficiente por ele, passei por obstáculos o suficiente para reconhecer as duas palavras que meu coração sussurra dia após dia.
        Quero te dizer apenas duas palavras no ouvido, ou talvez cantá-las, sob uma melodia qualquer que passar pela cabeça no momento. Está decidido. E mesmo que eu não entenda o que se passa com você ou comigo, eu só queria dizer...   
        Duas palavras: te amo.
        E estou certa de que o único erro nisso é o sintático.


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ps: beijos pra quem entender a última frase!

domingo, 5 de dezembro de 2010

; se essa rua, se essa rua fosse minha...

        São como pequenas pedrinhas de brilhante das nossas ruas ladrilhadas dos tempos da imaginação e das cantigas infantis: coloridas, aquele brilho que as faz tão vivas, aqueles tons que não sabemos explicar. E então uma delas te chama atenção: no meu caso a menorzinha, a mais estonteantemente bela e cintilante de todas elas – ao menos aos meus olhos.
        Descobri que ela tem luz própria, e por isso é tão atrativa. E com sua luz própria – quente e aconchegante –, tomei em minhas mãos e percebi que seu lume envolvia a mim, e a cada um mais que tocava logo em seguida, e então o próximo depois disso. Contagiante, essa é a palavra.
        Tem aquele quê de graça que ninguém consegue explicar. O encanto que transborda de toda ela, e quanto mais você olha e mantem os olhos sobre ela, mais encantado fica. Aquela lindeza que embasbaca, a suavidade que deixa a todos paralisados, de certa forma. Um pequeno mimo – pequeno de verdade, mas de uma grandeza que me faltam as palavras para descrever.
        Àquela pequena pedrinha de brilhante enche os olhos e toca o coração. Nos faz querer rir, querer guardá-la para todo o sempre num bolso seguro, protegê-la dos olhos alheios. Faz com que queiramos defendê-la de qualquer olhar maldoso, cobiçoso e invejoso que possa, porventura, tocar-lhe em algum momento. Ah, pedrinha intrigante!
        E a ela dei o nome de amiga.


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E a amiga tem nome: Fernanda!
Feliz aniversário, Fergalicious! Muitas felicidades pra você, sua linda! *-*
Esse é especial pra ela, mas obrigada a todo mundo que visitar, e dois obrigadas pra quem visitar e comentar! :)
Beijooos!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

; simples assim

        E tem gente que não leva o que escrevo a sério.

        Pois saiba que as palavras são as únicas armas das quais me disponho a usar. São só as palavras, tudo o que eu tenho. Tudo o que eu tenho para construir argumentos e contra-argumentos, tudo o que eu tenho para lutar. São as palavras o meu único meio para construir sorrisos intermináveis e para conseguir, heroicamente, fazer brotar uma lágrima ou duas nos olhos de quem as lê. Nos seus olhos.
        São só essas palavras, duradouras ou talvez não, que eu tenho para tocar o seu coração. São essas palavras meu único meio de tentar, de alguma forma, fazer o (seu) mundo um pouco melhor. São elas que dedico a você, com a esperança de que façam o mínimo sentido e que façam com que você possa sentir, assim como eu sinto.
        Simples assim. Simples como qualquer palavra...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

; spark

        É natal. E na troca de presentes você ganha aquela jóia que queria ganhar desde quando não tinha idéia do quão caro ela poderia custar. Mas seus pais te deram... E agora? Agora você a coloca dentro daquela caixinha de veludo e guarda dentro daquela gaveta que tem certeza que ninguém irá mexer. E quando for usar – somente nas ocasiões mais especiais, é claro – você toma todo o cuidado do mundo para que não arranhe, suje; você triplica seus cuidados para que não haja o risco de perdê-la. Você preserva.
        Férias. Você viaja com algumas pessoas para algum lugar paradisíaco a sua escolha – imagine como quiser. Pode ser alguma praia australiana. Ou Caribe. Ou Fernando de Noronha. Você encontra por lá as árvores mais bonitas, a areia mais branca e fina, os corais mais lindos que poderia imaginar. Os animais rodeiam tudo, o lugar respira vida, exala vida. E então, enquanto você está lá, um acidente horrível acontece. Derramamento de óleo, por exemplo. E as praias ficam imediatamente imundas. As árvores ficam escuras, a areia não serve mais para os passeios de fim de tarde. E os animais morrem. Na sua frente. E você se sente impotente, inútil, exasperado. Esse é o seu instinto de preservação, sendo totalmente bombardeado e jogado pra baixo. Ou pra cima. Tanto faz.
        E a Torre Eiffel se parte ao meio. O Cristo Redentor perde um dos braços. A Estátua da Liberdade perde a cabeça. As Torres Gêmeas são derrubadas por um ataque terrorista. Crianças morrem de fome na África, adultos morrem de AIDS no mundo inteiro... E você quer preservar aquelas vidas, mas não pode. Está longe demais, inacessível demais, você é pequeno demais...
        Você tem uma foto dos seus pais que se foram. Ou dos melhores amigos que moram longe. Ou da irmã que mora em outro país. Daquela banda preferida que morreu num acidente de avião quinze anos atrás, talvez. E você mantém a foto ao lado da sua cama, dia após dia. Antes de dormir você olha pra ela. E olha quando acorda, também. Você deixaria essa foto em qualquer lugar? Correndo risco de ser molhada, ou talvez queimada? Correndo o risco de que alguma criança a tome e rabisque os rostos das pessoas que você ama? Você deixaria qualquer pessoa escrever no verso dessa foto? Talvez ainda houvesse aquela dedicatória especial lá atrás. Não. Você não deixa. Você preserva. Você cuida.

        Então você está naquela fase pós adolescência, ou então no começo da sua juventude. Ou, talvez, você já esteja na meia idade. Ou que seja mais velho, então. E você está de cara com a pessoa que você mais ama. Você sabe que sem aquela pessoa você não seria ninguém, sem essa pessoa o seu mundo não faria sentido. Ela é uma raridade. Talvez mais que a jóia que você possa ter ganho de natal. Talvez mais do que aquela praia no Caribe que você visitou nas férias. Talvez seja uma raridade imensamente maior que o Cristo Redentor, ou que as Torres Gêmeas. Ela é mais singular e mais rara pra você do que a fotografia que você guarda com a maior estima. Como você a trata? Você diz que a ama todos os dias? Você a lembra do quão importante ela é na sua vida? Você faz aquele café na cama com as coisas que ela mais gosta de comer? Você a acorda com um beijo de bom dia? Você se esforça, dura e exaustivamente, para que o dia dela seja tão bom quanto poderia ser – mesmo quando tudo dá errado?
        A vida é uma faísca. E antes que percebamos, ela pode apagar.
       
        E então, o que você tem feito para preservar sua raridade?
        Porque se ela for verdadeiramente a sua raridade, acredite: ela é o que fez, faz, e continuará fazendo tudo valer a pena.
        Apenas reflita.


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A inspiração pro post veio de um comercial de MOTEL que tá passando na tv. SEM MAIS! :P
Desculpem por ser tão grande, mas até que gostei viu? Percebi muitas coisas escrevendo, sobre mim e tals... Gostei especial e particularmente de fazer esse. :)
Enfim... Beijos e obrigada pela visita! ;)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

; sobre as coisas que fiz

        Ultimamente só consigo pensar nas marcas que deixo pra trás. Sei que arriscar nem sempre é bom, mas eu sou assim... Inconsequente, de certo modo. Não é que me cause prazer, ou que eu queira ser rebelde e quebrar duas ou três regras pros outros ficarem putos e gritarem comigo até estourarem as cordas vocais. Não.
        Eu só penso que daqui a dez, talvez quinze anos, quero olhar pra trás e me sentir bem. Quero me sentir bem por ter me permitido escolher, por ter me permitido arriscar. Por ter me jogado de cabeça em algo totalmente novo, que todos julgariam irresponsável. Quero me sentir orgulhosa pelos caminhos que tomei, e por ter me deixado experimentar. Quero ter a consciência plena de todas as situações absurdas em que me meti, e de todos com quem esbarrei por aí. Tudo que deixei que me marcasse, cada detalhe que guardei pra mim. Cada madrugada virada com os amigos. Cada show, cada bebedeira, cada crise de riso, cada canção, cada palavra. Quero olhar pra trás e me sentir bem por ter feito cada uma das minhas insanidades.
        Porque sem isso eu provavelmente me sentiria incompleta. Sem isso eu sentiria como se tivesse deixado metade da vida para trás, como páginas em branco que poderiam ter sido rabiscadas, escritas, desenhadas, coloridas. Não.
        Quero que minha vida seja um livro completo. Não apenas capa e contracapa, mas o todo: o começo bonito, o meio conturbado e cheio de idas e vindas; e então o final, que ninguém sabe ao certo como será.
       
        Nunca fui dessas que gostam de clichês, mas um caberia bem: quero me arrepender do que fiz, não do que deixei de fazer.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

; aquele tal de livre arbítrio

        Seguir um caminho sem saber ao certo onde vai dar faz parte dos percursos ridiculamente instrutivos e necessários na vida. Sem isso provavelmente seríamos apenas pessoas comuns, banais, ordinárias – lisas, impecáveis, imaculadas.
        A graça de cada pequeno progresso são as cicatrizes. Os pés cheios de bolhas, as mãos com calos, os cotovelos ardendo, os joelhos ralados. As batidas de cabeça que nos ensinam mais do que qualquer conselho de mãe – aqueles que quase sempre ignoramos e que são infalivelmente certeiros. Mas creio que também faça parte do caminho ignorar a todos eles.
        O ser humano não aprende com palavras bonitas. Não aprende com vozes afáveis. Precisamos da dor. A dor é a beleza do ser, é a beleza de ser e de estar e de cair e de querer continuar...
        Fiquei brava com Deus algumas vezes. Duvidei que ele existisse, em outras. Mas hoje entendo que ele realmente escreve certo por linhas tortas... Ele realmente dá os pés certos para cada caminho tortuoso. Cabe a cada um de nós decidir entre a dolência ou o deleite dos tombos. É aquele tal de livre arbítrio.


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ps: atualizei o Flickr e o deviantArt ontem. quem usar algum deles e quiser passar pra dar uma olhada, adorarei! :)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

; my band

Cara, peguei a dica no blog do Agni, achei super legal e resolvi tentar! :)

O negócio é o seguinte: tá rolando no facebook uma brincadeira bem legal onde o propósito é "criar" sua banda; o nome e a capa de um CD. Funciona assim:

  1. Acesse um artigo aleatório no Wikipedia em http://en.wikipedia.org/wiki/Special:Random. O título do primeiro artigo que aparecer será o nome da sua banda;
  2. Veja algumas citações aleatórias do Quotations Page em http://www.quotationspage.com/random.php3. As últimas quatro ou cinco palavras da última citação será o nome do seu álbum;
  3. Explore fotos interessantes do Flickr na última semana em http://www.flickr.com/explore/interesting/7days. Não importa quais fotos apareçam, a terceira delas será a capa do seu álbum;
  4. Use o Photoshop ou o GIMP para fazer a montagem da capa do seu álbum;
  5. Publique o resultado final no seu mural no Facebook juntamente com essas instruções, e “marque” na imagem todos os amigos que você quiser chamar para a brincadeira. 

Quem gostar da brinks e tentar também, posta aí nos comentários o resultado! ;)

O meu ficou assim:


domingo, 21 de novembro de 2010

; fireplace

        O fogo na lareira crepitava animado, e o estalar da lenha soava como uma melodia rústica, algo primitivo. Misturava-se com o som não muito alto da música calma no ambiente, o violão dedilhado num ritmo gostoso e a voz em tons medianos proferindo palavras doces. As palavras doces se misturavam com o doce do vinho suave que jazia no fundo da garrafa quase vazia, assim como nas manchas das taças esgotadas onde a bebida há pouco estivera.
        O tapete felpudo, tão branco quanto a neve que costumava cair lá fora naquela época do ano, nos acolhia durante aquela noite calma. Era quase uma rotina – a lareira, a música, o vinho e nós dois. Pernas entrelaçadas enquanto um sentava-se de frente para o outro. Vez ou outra os pés se balançavam no ritmo da música, outras vezes apenas roçavam-se, como que para ter certeza que o outro ainda estava ali – e sempre estávamos.
        Nossas vozes saíam baixas, apenas o suficiente acima do sussurro para que o outro pudesse ouvir. Na maioria das vezes, para ser sincera, quem ouvia era você. Eu e a minha irritante mania de tagarelar sobre as coisas mais pueris: sobre o tempo, sobre os acasos, sobre os desencontros. Você e a sua infinita paciência em ouvi-las. E quando sua voz grave se atrevia a tomar o lugar da minha por vezes melodiosa, por outras esganiçada, vinha carregada daquela ternura que transbordava a cada palavra. Ela vinha trazendo consigo sempre, no fim de cada noite, as rimas mais belas.
        E quando a embriaguez começava a tomar posse da racionalidade, ambos sabíamos que era o momento de silenciar. O silêncio é sempre sábio... E para nós, dizia mais que uma enxurrada de palavras. E não precisávamos sequer dos olhos para nos comunicar – eu apenas me deitava sobre suas pernas, e o toque sutil no meu cabelo dizia mais do que você sequer chegou a imaginar um dia. E a única coisa que eu desejava era que minha respiração calma e minhas risadas leves te respondessem a altura. O sono me vinha fácil, e os sonhos eram sempre serenos.
        Naqueles dias que passávamos juntos, sozinhos na casa de inverno, nada mais existia. Eu tinha isso como certo para mim, e sabia que você mantinha o mesmo pensamento. Ali na nossa pequena redoma, no nosso refúgio, éramos apenas os dois. Sem títulos. Sem nomes. Éramos só o verbo do amor exclamado. Só aquela platonicidade aterradora, e o calor no peito – talvez vindo da lareira, mas muito provavelmente não –, que fazia-nos afogar a cada noite que passava.


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Apenas divagando no universo da pré-adolescência por alguns instantes...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

; coleccionista de colores

        Coleciono cores.

        Coleciono cores porque elas me dão razão para seguir em frente, razão para viver. Coleciono cores porque elas não são apenas cores: são também os meus sonhos. Então, coleciono sonhos. Porque nada nessa vida é mais desesperadoramente importante quanto sonhar.
        Coleciono cores porque com elas sou capaz de descobrir os mistérios do mundo. Sou capaz de olhar os detalhes, de desvendar minhas dúvidas. Coleciono cores porque com elas redescubro cada pedacinho de mim, e com elas posso pintar novos pedacinhos e continuar, constantemente, mudando. Colorindo.
        Coleciono cores porque com elas vêm os sentimentos. E com cada sentimento vem uma enxurrada de novas sensações e de novos mundos e cores para serem explorados. E cada cor, cada sentimento bom ou ruim, me ensina muito mais do que eu seria capaz de aprender caso não as colecionasse.
        Coleciono as cores da loucura, da tranquilidade e do delírio. Coleciono as cores do fanatismo e coleciono as cores da calma. Coleciono as cores da magia e da alma. Coleciono as cores de todas as emoções. Coleciono cada cor do caminho que sigo cada dia, sem medo. Coleciono as cores do destino.
        Coleciono as cores do pôr-do-sol. As cores da lua no céu escuro. Coleciono as cores da água, da luz tocando preguiçosamente a grama no fim de tarde. Coleciono as cores dos olhos e as cores dos sorrisos. Coleciono as cores de cada amigo, e de cada um que passa por mim, deixando seus tons sobre o papel em branco que é minha vida – o papel que preencho a cada dia da minha existência.
        Coleciono cores porque isso é apenas uma metáfora para dizer que coleciono memórias. E as memórias me fazem ser quem sou. Pro bem ou pro mal, colecionar cores é o que forma o meu caráter e minha personalidade. E colecionar cores é o que me faz ser quem sou. E é o que me faz feliz.
        Não consigo me imaginar em uma vida de preto e branco...



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E só lembrando, com a tag... Tem gente me devendo uns textos, né? Ham!
Beijos! ;*

; Carta #2

Ao melhor dos melhores,


        No início não te dei muita atenção. Na verdade, sendo muito sincera, você não me chamou a mínima atenção. Entre tantos outros com os ares que eu preferia - agitados, falantes e animados -, você era extremamente o oposto. E pensei que não fossemos nos aproximar, nunca. Você não falava. Seu jeito quieto, calado e tímido, de caramujo escondido em sua casca-casa, contrastava totalmente com minha personalidade irritantemente comunicativa, falante. E por um bom tempo pensei que nunca fossemos ser nada além que colegas, dividindo o mesmo espaço.
        Mas as reviravoltas dessa vida são incríveis, não são? E então aos poucos você se iluminou. E me iluminou também, com sua tímida luz azul-brilhante. Descobrimos as paixões que dividíamos e então nos redescobrimos. A atração imensa pela literatura e pela fantasia... O senso criativo que transbordava nossos seres a todo o momento, gritando a qualquer um que entre lápis, papel e borracha havia duas mentes que gostavam muito de passar os dias viajando entre as nuvens, apesar dos pés se manterem firmes no chão. E você se redesenhou e me desenhou... E eu reescrevi tudo sobre o que éramos, e sobre o que seríamos. Praticamente o mesmo gosto musical. E com a paixão pelas animações, nos animamos e nos transformamos... Em amigos. Deixei me levar por suas águas calmas. Por três anos de risadas, de música, de literatura e da sua luz azul-brilhante me envolvendo mais e mais.
        E então a separação. Mais uma vez, serei muito sincera: pensei que nunca mais fossemos nos aproximar. Nossos mundos eram totalmente distintos, entende? E mais uma vez, você me surpreendeu. Quando deixei os últimos resquícios da minha própria casca-casa pra trás, você se transformou totalmente. Não era mais apenas a luz azul-brilhante, mas agora o farol em toda a sua plenitude, me ajudando a cada momento a encontrar o norte, me mostrando o caminho através de sua luminosidade que chegava a queimar os olhos de quem olhava de fora.
        Obrigada. Obrigada por estar comigo a cada dia desses últimos anos. Obrigada por me apoiar. Por ser não apenas meu braço direito todo o santo dia; mas também minhas pernas quando não pude andar, meus olhos quando não pude enxergar, meu juízo quando não pude discernir. Obrigada por ser o abraço que conforta, as palavras que tranquilizam e as lágrimas que desabafam. Obrigada por ser a risada no dia difícil, e a risada no dia fácil também. Obrigada por ser. E somente por ser.
         Porque afinal, menino das bolhas... O que seria de mim sem você?


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Não só pro meu melhor amigo... Acho que muitos melhores amigos vão se identificar também. :)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

; montanha russa

Sobre emoções, sentimentos e estados...


Abalo e abatimento. Aceitação. Estruturação. Afirmação e adaptação, levando ao engrandecimento. Apoio que dá força. Atenção. Coragem.
Agitação, inquietação e angústia. Confusão, ansiedade e apreensão. Afeição. Afetividade. E o interesse... A atração e a expectativa.
Ternura. Leveza. Carinho, suavidade e fascínio. Companheirismo. Alegria e ânimo. Tanta beleza...
Que se quebra em conflito. Causado pela dependência, pelo desgaste e pelo desgosto. E que causa depressão e desespero. Dúvida. Chateação. Insegurança. Estresse.
Desorientação, distanciamento e tristeza.
Medo e agonia.
Dor.

E aí vem a solidão... O arrependimento e a vulnerabilidade. Culpa.
Mas tudo bem. Aparecem a calma e a compreensão. A decisão e a obstinação. E então o perdão.
O perdão que traz consigo o equilíbrio e a estabilidade. Que trazem a felicidade, acompanhada da fidelidade, da perseverança e da segurança. Sossego. Tranquilidade. Serenidade.

E aparece a intimidade, com a sensualidade.
E o sorrateiro desejo. A luxúria. A vontade.
O ardor, a euforia, a loucura, a urgência, a volúpia, a explosão, o êxtase...
Prazer e paixão.
Exaustão.

Harmonia e cumplicidade. Confiança.
Ausência, carência, ciúme e saudade? Paciência. E convicção, determinação.

Inocência. Sonho.
Fé.
Amor.




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Por incrível que pareça, apesar de ser um monte de palavras jogadas no "papel", esse texto foi um dos mais difíceis que já escrevi. E bom, se alguém achar algum sentido... Afortunado seja! :)
Beijos!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

; restos de novembro

        Leve os beijos ternos e os agitados. Leve os segundos do meu relógio e leve meu coração que bate forte e descompassado. Leve o calor do teu corpo e o cheiro da tua pele. Leve tuas canções, leve o teu nome pra longe da minha voz, e deixe o silêncio aqui... E cada história que me fala de ti.
        Às vezes não tenho onde ir. E esse amor fugaz me perturba, às vezes acalma, às vezes acalanta e às vezes fere... Leve os meus e teus sonhos, e leve o universo que fica pequeno longe de ti. Me deixe desorientada... Leve o sul e o sol.
        Leve essa verdade absurda, essa verdade absoluta, a nossa verdade que às vezes me sufoca, que faz sentir-me pequenininha. Leve as risadas e os sussurros, leve os abraços, leve os momentos e meus pensamentos.
        Leve os restos de novembro contigo. Leve tudo, tudo... Só pra depois trazer de volta. Só pra depois voltar.
        Leve... E tão leve.


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Adoro jogos de palavras! Ai que loucura!
Beijos! :)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

; l'amitié

        Encho um cantil com o ínfimo da minha sabedoria, e o tambor das armas com palavras tão perigosas quanto balas de prata. Como as balas, uma vez que as atiro elas não terão mais volta... E eu não quero que elas tenham.
        Entro nas trincheiras e mantenho a cabeça erguida. Não importa o quão sujo seja, o quão perigoso há de ficar. Não importa os riscos que correrei. Como disse o poeta: Da luta, não me retiro. E não me retiro!
        Se o que está em jogo é a felicidade dos que amo, jogo meu peito aberto na frente de qualquer mal – mesmo que meu peito seja apenas a mistura estúpida de pele, sangue e coragem. Tenha certeza: ficarei em pé até que o último inimigo caia. Ou até que eu caia.
        Da luta eu não me retiro.
        Manterei os olhos abertos e atentos. A espinha ereta. E aquela expressão de quem quer ameaçar, mesmo quando não está em condições para tal. Mantenho meu arsenal de frases e orações, prosa e poesia, para o meu Deus, para o seu Deus, para o nosso Deus... E para que todos eles se juntem e nunca nos desamparem.
         Pelos meus amigos, faço o que posso. E o que não posso. E o que não deveria fazer. Porque são os meus amigos. E quando sou por eles, nada nesse mundo é capaz de me deter.



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Inspirados em acontecimentos recentes e em chiliques twitterísticos.

Esse vai especialmente pro @johnbubbles, pra @fbgalo, pros VIPs de merda, pro @brumricardo, pra galera da Ribeirão Rock, pra Lanninha, pros caras [:D] e pra todos aqueles que sabem que têm um lugar especial no meu ésse dois.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

; where soul meets body

        O sol chega, aquece, me envolve e me abraça – como você. Banha minha pele como água limpa e limpa as sensações ruins. Medos e mediocridades são lavados e levados, para não voltar mais. Renova... Inova.
        Minha cabeça é como uma estação, e os pensamentos vêm e vão, livremente, para os destinos próximos e para os distantes, predestinados. Transformo-os em palavras, cores e sabores, só pra ter o gostinho bom de lê-los, de entende-los, de senti-los e de repensá-los.
        E quando o silêncio chega, desejo que ele me leve, e que leve você também... Então eu te seguro perto de mim, porque você é a única canção que eu ainda quero ouvir. A suave melodia com tons de castanho que me leva, e eleva a minha atmosfera pro lugar onde a alma encontra o corpo.



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Agora é oficial: não consigo me acostumar com a nova gramática! :(

ps: Pra ouvir mais uma música do Death Cab For Cutie (que deu nome e a idéia pro post), clique aqui.

Beijos! ;)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

; besame

        Prematura e lascivamente. Em silêncio, sem piedade e sem pedido... Pare o tempo, faça crescer o que sinto. Como se nada mais importasse, como se o mundo estivesse prestes a desmoronar a qualquer momento, um a um, coloque o céu de ponta cabeça...
        Sem razão. Apenas porque o coração está pedindo. Enquanto eu, lentamente, morro e volto a viver, vivo e volto a morrer, e até que nada mais faça sentido. Com afeto, ardor, fervor, amor... Com sentimento e sentido.
        Com motivo ou sem motivo... Estarei sempre contigo.
        Apenas me beije.


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Não resisto mais...
Ao som de Besame - Camila.

Beijo prazamiga! :)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

; com muito esmero...

        Sento-me na mesa, não deixando que o tampo de carvalho escuro atemorize-me. Apalpo as folhas esbranquiçadas, apreciando a textura de cada uma. Desaferrolho o tinteiro e submerjo a ponta da pena, deixando-na ali, engolfando, por alguns segundos. As primeiras letras trilhadas no papel contêm aquele quê de tinta em demasia, uma destemperança causada não só pelo tempo descomedido que a pena havia passado embebida na tinta, mas também pela sofreguidão em minhas mãos, ávidas em correr o papel.
        Os ditos se agrupam: verbos, vocativos, substantivos, advérbios, adjuntos, todos formando as orações. Não há muito senso nos rabiscos, todavia presumo que ninguém haverá de se importar. Para que há de prestar uma idéia quando se tem ênclises? Mesóclises? Usá-las-hei, todas. Coloca-las-hei entre esses escritos, porque tenho ciência de que ninguém há de se importar. De que vale uma idéia, quando o resultado é tão rebuscado?
        Continuarei, então, compondo estapafúrdios desprovidos de qualquer ideal. Apenas desejo comprovar, reafirmar, o que quero que todos suponham sobre o que sou: tenho intelecto. Rebusco. Esmero. Requinto. E mesmo que não haja escopo algum, impressiona. Quiçá comove! E assim levo, e não cessarei tão cedo, pois penso que tornar-me-hei mais versado a cada nova composição...
        Ledo engano.



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Há um quê de ironia, pois sim.




Espero que ninguém tenha dormido na metade do texto, porque cara... Eu dormiria!
Beijos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

; coleccionista de canciones

Tu, coleccionista de canciones
Mil emociones son para ti
Tu, lo que soñe mi vida entera
Quedate en ella y hazme sentir
Y asi, ir transformando la magia de ti
En un respiro del alma...

Tu, con la luna en la cabeza
El lugar en donde empieza
El motivo y la ilusion de mi existir
Tan solo tu, solamente quiero que seas tu
Mi locura, mi tranquilidad y mi delirio,
Mi compás y mi camino

Solo tu, solamente quiero que seas tu
Yo pongo en tus manos mi destino

Porque v
ivo para estar siempre, siempre
Contigo amor


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Tava olhando o blog e senti falta dessa música por aqui. É uma das minhas músicas preferidas ever... E é a inspiração pro nome do blog! :)
Bom... Mais postagens (decentes ou não!) em breve.
Beijos e obrigada pela visita! ;*

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

; é grave?

        Euforia. Uns impulsos, sabe? Vontade de sair correndo e gritando. O sorriso bobo que eu nunca consigo tirar do rosto. Por vezes, pareço embriagada. Sinto meu rosto ficando quente, algumas vezes o corpo todo – mas não é febre. Às vezes dói, às vezes é analgésico. E essa ansiedade? Os dias não passam. Os minutos se arrastam. Mas também tem uma calma... Faz sentido?
        Não consigo dormir. Tenho dificuldades em me concentrar, parece que minha mente simplesmente não me obedece. Pensamentos vêm e vão o dia todo, o tempo todo. Tremo. Fico totalmente desastrada, mais que o normal. Os joelhos enfraquecem e a cabeça fica leve. Sinto frio na barriga. E parece que há uma revoada de borboletas no estômago – todas elas querendo sair de uma vez só!
        Minhas mãos ficam suadas. Na verdade, acho que meu corpo todo sua frio. Os músculos não respondem. E tem os arrepios, também. A respiração fica toda irregular. Então tem aquelas explosões de energia, o coração dispara, parece que vai sair pela boca!
        Sei que os sintomas descritos são facilmente explicáveis por doenças como arritmia, mal de Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, transtorno obsessivo-compulsivo ou esquizofrenia. Mas tudo junto e misturado? Ah, doutor... Deve ser grave. Deve ser.


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Me rendendo ao eu-romântico! Ou quase isso.

ps: agradecimentos à @ellegumz, a @renata_fonceca, ao @johnbubbles e a Lanna, pela ajuda com os sintomas! :D

domingo, 24 de outubro de 2010

; aqueles

        Sei que nosso caráter forma-se através de uma soma de todas as coisas pelas quais passamos durante a vida: tanto as grandes experiências quanto as pequenas, tanto aquelas as quais sempre nos lembramos quanto as que ao menos firmam-se em um pedacinho na nossa memória. Somos feitos não só de carne e sangue, mas também de vivência, de erros e acertos. E tudo isso envolve, direta ou indiretamente, outras pessoas.
        Tive a sorte de encontrar por aí as melhores. Algumas encontrei em lugares comuns, quando eu menos esperava... Outras me foram apresentadas e então se tornaram da maior importância. Aqueles com quem divido dias, horas, ou alguns momentos esporádicos, mas que eu tenho certeza que sempre estarão ali.
        A ciumenta com o maior coração que existe. A loira que não é loira. O moço das bolhas. A baixinha atrapalhada das caretas mais fofas. O sulista que tenta esconder o enorme coração que sei que está lá. As duas que se completam e me completam também, com sorrisos, abraços e conselhos. A italiana Homer Simpson. A poliglota. A guitarrista com o abraço mais gostoso. O menino-hipérbole.
        Talvez não façam a menor idéia do quanto são importantes - mas são. São, também, da maior estima. Me transformam a cada dia com pequenos sorrisos, abraços quentes e grandes conselhos.
        Insubstituíveis. Inestimáveis. Incomparáveis. Imprescindíveis.
        E esses são só os Is.


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Esta sou eu, tentando duramente resistir ao eu-romântico.
Um pequeno mimo àqueles que fazem com que eu seja um pouquinho mais feliz a cada dia. :)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

; (trying to be) Rational

        Racionalizei sobre ganhos e perdas. Fiz as contas, a matemática exata. Consegui ver a lógica, palpável, apoiada pelos fatos que não se pode ignorar. Absoluta verdade em forma de números. Sobre o amor, a vida (o universo, e tudo mais?).
        Olhei para as estrelas e perdi algum tempo pensando. Percebi que jamais poderia contá-las – são muitas, muitas mais do que a imaginação limitada de um único ser humano pode alcançar. Percebi que jamais poderia alcançá-las. Elas estão tão longe, e são tão absolutas em sua grandeza... E percebi que jamais, em hipótese ou dimensão alguma, eu conseguiria entendê-las.
        Refleti sobre o amor. Consegui juntar uma ou duas conclusões, depois de enumerar alguns fatos. Consegui ter uma mínima percepção do que ele causa em cada um de nós – sendo verdadeiro ou não, correspondido ou não, apaixonado ou não. E entendi que minhas conclusões não levariam ninguém a lugar nenhum.
        Bobeira, felicidade infundada, depressão completa, borboletas no estômago, algum déficit nas funções mais racionais... Isso todo mundo conhece, sabe que acontece. Ou boa parte das pessoas conhecem, pelo menos alguma dessas constatações.
        Mas definir o amor? Por mais que racionalize, pense, reflita... Não dá.



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O eu-romântico vai se despedindo lentamente, dando olá ao eu-racional... :D

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

; o anjo mais velho

        Talvez ainda não tenha se dado conta, mas você é minha bússola. Saber que você está aí – mesmo que o seja tão longe – faz com que eu consiga me orientar, faz com que eu consiga manter o caminho certo, a cabeça firme, enquanto o mundo continua girando e as coisas mudando, pra melhor ou pra pior. Pessoas vêm e vão, tudo muda e você continua ali... Por mim. Pra mim. Enchendo a minha alma e o meu espírito com tudo aquilo que um dia eu cheguei a duvidar que existisse. Que eu duvidei que pudesse durar. Mas agora eu acredito. E me desculpe por ter subestimado antes.
        O seu vazio continua aqui (porque sim,é realmente longe, mais longe do que posso aguentar às vezes). Traz consigo a falta de cor, a falta de sentido, o silêncio em todos os cantos... Mas é temporário. Eu preciso acreditar com todas as minhas forças que é. E enquanto isso eu me agarro às palavras, à luta, à coragem, à força, porque sei que um dia tudo vai valer a pena... Só precisamos chegar ao fim.
         O fim? Não sei ao certo. Depende do que faremos, do rumo que decidirmos tomar... Depende de como você vê. Mas precisamos manter a fé. Em mim, em você, em nós. E com ela virá a certeza de dias bonitos, cheios de música, chocolate quente e palavras – prosa e poesia.
        Enquanto isso estou aqui... Lembrando.

        só enquanto eu respirar...


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ps: qualquer semelhança com a música do Teatro Mágico não é mera coincidência.
ps2: juro que o eu-romântico vai embora! esse foi o último! (yn)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

; i miss you, i miss you...

don't waste your time on me, you're already the voice inside my head

        Deitei e meu subconsciente imediatamente constatou o vazio na cama. O seu vazio. Eu tentei duramente ignorar o fato, pensar em outras coisas, contar carneirinhos. Virei de um lado para o outro. Eu não conseguia deitar do seu lado na cama. Como se esperasse você sair do banho, puxar o edredon e deitar ali, como já fez tantas vezes... Olhei para o relógio e ele continuava tiquetaqueando, não se dando conta ou se importando com minha agonia silenciosa.
        Não era só aquela insônia comum, que eu já estou pra lá de acostumada. Ela se aquieta depois de alguma leitura, depois de uma ou duas músicas. Mas isso? Totalmente diferente. Eu podia sentir o vazio na cama entrando e dominando tudo em mim. Me dominando, tocando os sonhos que eu nem sabia se conseguiria ter...
        Sinto sua falta. Nada demais, só de dormir com você ali, cantando baixinho. Sua mão quente sobre minha bochecha como se nada mais importasse. Os pés se esquentando – por mais clichê que isso seja. O cheiro no travesseiro. E então dormir. Simplesmente dormir, sabendo que o amanhã será tão bom quanto hoje. Só queria que você soubesse.

        Saudade. Palavra sem tradução. Única. Cheia de vazio.
        Dolorida.



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Desculpem meu eu-romântico. Ele anda bem saidinho, sobressaindo o eu-crítico e o eu-imaginativo.
Mals! ;*

domingo, 17 de outubro de 2010

; loving

        Soprei no seu ouvido as palavras mais doces. Vi você sorrir e seu sorriso me encheu de calor. Aquele calor gostoso, que deixa a gente mais feliz, sabe? Sussurrei as canções mais ternas só pra te ver fechar os olhos e fugir pros pensamentos mais felizes. Te abracei com força, porque eu sempre soube que era ali que você queria estar. Os beijos foram os mais entregues, e depois tornaram-se os mais insanos. E então, depois de tudo isso, você me ganhou.

        Meu coração está em suas mãos. Por favor, tome cuidado.



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Só pra não desperdiçar o domingo! ;)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

; gostos e desgostos

        Meu nome é Mariana, e eu gosto do meu nome. Meu nariz é desproporcional, não gosto dele. Não tenho espinhas, nunca tive. Sou mais branquela do que três das quatro pessoas branquelas que você conhece, e posso apostar isso.
        Sou viciada em música, do rock à ópera, e a maioria das bandas que eu gosto são desconhecidas. Gosto de escrever, principalmente textos sem sentido para a maioria das pessoas, mas que fazem uma grande diferença em mim.
        Tenho muitas idéias todos os dias, mas não levo a maioria delas a sério. Sonho com textos e acordo no meio da madrugada, ligo o gravador de voz do celular e fico tagarelando até terminar todas as idéias do estoque. Apesar de não serem minhas preferidas, gosto de narrações. Joguei RPG por muito tempo, deve ser por isso. Não gosto de escrever com muitas palavras bonitas e rebuscadas, prefiro os textos simples. Florear demais não quer dizer que o texto é melhor ou mais bonito, apenas quer dizer que o escritor se acha intelectual demais. E isso me cansa.
        Adoro ler e sou uma compradora compulsiva de livros. Leio livros "modinha" e gosto de todos eles. Sonho em ter uma biblioteca em casa. Sonho em morar numa metrópole. Sonho muitas coisas, e gosto tanto de sonhar que durmo por demais. Ou isso é só uma desculpa pra tentar justificar a preguiça constante, mesmo.
        Sou séria com quem não conheço, e palhaça até demais com quem conheço. Costumo dizer que sou tímida, mas não sou – é mais preguiça social. Tive diários quando criança, mas desisti deles porque não conseguia manter uma regularidade pra escrever e isso me irritava (assim como me irritei com muitos blogs que tive).
        Não me apaixono com facilidade. Não gosto das pessoas com facilidade. Apesar de ter facilidade em me comunicar, sou chata pra fazer amizades. Preservo as que tenho com o maior cuidado e carinho, porque sei que será muito difícil conseguir outras sequer parecidas.
        Adoro morar na cidade e campo me irrita. Odeio quando tudo é parado demais. Mas também não sou fã de muito barulho e muita gente, por isso não sou muito de baladas. Prefiro o violão e a galera reunida em casa. Toco violão e finjo que toco guitarra. Gosto de cantar.
        Sou compulsiva por organização, e quando vejo algo bagunçado eu fico profundamente incomodada. Sou compulsiva até com meus cadernos de faculdade – sobre cores e simetria, tem que ser tudo bem organizado. Gosto de estudar, mas só os assuntos que me interessam. Matemática tem me irritado mais do que posso expressar. Faço Química, mas gostaria de fazer Letras. E só me falta a coragem o suficiente pra jogar tudo pro alto e mudar de vez.
        Não gosto de café, nem de lanches do McDonald's, e nem de comidas verdes em geral. Não gosto muito de álcool, e não suporto sequer o cheiro de cerveja. Gosto de sorvete e chocolate, mas não posso comer demais porque tenho pré-diabetes (herdei os genes do papai). Odeio cigarro, mas isso deve ser porque tenho asma.
        Já me chamaram de emo, já me chamaram de indie, já me chamaram de emo de novo, mas eu sinceramente não me enquadro em nenhuma dessas opções. Gosto de ser brasileira, mas não reclamaria de ter nascido no Reino Unido ou na Itália. Tenho descendência italiana e valorizo isso demais. Adoro a cultura de lá, a bandeira e a língua.
        Não gosto de pseudo-cults. Não gosto de gente que baba ovo pra quem não merece. Odeio gente que baba ovo até mesmo pra quem merece, porque acho isso muito idiota.
        Gosto de escrever. E escrevo. Não que as pessoas gostem, mas daí é outra história...


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Quem me conhece, há de concordar...

sábado, 2 de outubro de 2010

; entrada para raros

        No inicio era o verbo, e o verbo era Deus. E o verbo estava com Deus, e já não eram sós, ambos conjugavam-se entre si. Discutiam quem seria a primeira e a segunda pessoa, quem era verbo, quem era Deus. A ação e a interpretação, quem era a parte e quem era o todo. Deus (o pai, o filho e o espírito santo) era também o verbo (regular e irregular), e todos questionavam-se sobre quem seria o sujeito e quem seria o predicado, quem se conjugaria no pretérito e quem renunciaria. A forma "mais que perfeita"!
        Deus era o verbo e o verbo era Deus, conjugavam-se de maneira irregular explicitando suas diferenças, reconhecendo os fragmentos e os complementos. Buscavam a medida certa e assim... Reconheceram-se uno. Eu Deus, tu Deus, ele Deus, nós Deus, vós Deus... Eles Deus.
        Somos dotados deste curioso poder, mudamos nosso significado, nosso signo, nosso comportamento e nossos conceitos (que por sua vez chegam ate nós depois de se modificarem muitas e outras vezes!). Temos uma ferramenta e tanto nas mãos, e nos pés. Temos acorrentados nossos motivos de sobra pra relaxarmos e acomodarmos com a vida que levamos agora.
        O teatro mágico é o teatro do nosso interior, a história que contamos todos os dias e ainda não nos demos conta. As escolhas que fazemos em busca dos melhores atos, dos melhores sabores, das melhores melodias e dos melhores personagens. Que nos compõem, as peças que encenamos e aquelas que nos encerram. Nosso roteiro imaginário é a maneira improvisada de viver a vida, de sobreviver o dia, de ressaltar os tombos e relançar as idéias.
        O teatro nosso de cada dia.


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Não entendo como tem gente que não gosta de Teatro Mágico!
É poesia em forma de música, e música em forma de sentimento. Acho lindo! :)
E não é à toa que a Daje escolheu essa música pra ser título do blog dela, né? Simplesmente FODA!

Sem idéias melhores pra post, então vai a música mesmo.
Beijos, e não esqueçam de votar consciente amanhã! :D

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

; o mundo das palavras esquecidas

        Lá estão várias palavras, esquecidas pelas pessoas durante o tempo. Reúnem-se por favor, muito obrigado, com licença e várias outras expressões parecidas. Elas foram as primeiras a desaparecer. Foram afugentadas pelo desuso, sabe? Sentiram-se abandonadas, e então se foram. E se refugiaram lá, no seu novo mundo.
         Estão por lá também senhor e senhora, antes tão usados por pessoas para se dirigirem aos mais sábios. Elas trazem consigo o respeito, que levou consigo não apenas suas sílabas – mas todo o seu significado.
         Preservar e perseverar também estão pelas redondezas. A primeira, na verdade, está fazendo as malas. É que as pessoas resolveram, de uma hora pra outra, lembrarem-se dela. Então ali já não é mais o seu lugar. Ela deve voltar, e ela espera (com a esperança, sua palavra esquecida vizinha!) ser lembrada por muito tempo, uma vez que a humanidade cada vez mais precisa de seu significado.
        Companheirismo mora por ali também, foi substituída por uma tal de competição, toda petulante, que agora está encravada por todos os lados. Amigo é vizinho de companheirismo, sabe como é, foram esquecidas na mesma época. Ela foi substituída por uma tal colega, que insiste em roubar o seu real significado, e consegue, cada vez que as pessoas se distanciam e se esquecem mais e mais do real significado da amizade...
         Amor? Ah, não, essa não foi esquecida! Pelo contrário. É dita, escrita, gasta, surrada a cada dia que passa. Ela teme, e na verdade queria ser uma das suas antigas amigas – queria estar no mundo das palavras esquecidas. É que ela não aguenta mais ser usada de forma vã, ser atirada ao vento de forma errônea por pessoas que não entendem sua essência. Ela não aguenta mais ser confundida com as expressões bom dia! ou quer um café?. Amor está cansada. Tudo o que ela queria era ser reconhecida – pelos seus reais valores. E não essa coisa estranha e vazia para a qual as pessoas a tem empregado ultimamente.


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Mais alguma palavra que vive no mundo das palavras esquecidas e que não acrescentei? :)
Beijos!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

; a movie script ending

        Sempre que eu volto, o cheiro continua o mesmo do sempre em que me recordo, seco e salgado e incômodo. O ar é pesado e carregado, e ainda faz os mesmos sons; prelúdio de algo horrível que virá a acontecer; ou talvez apenas um eco distorcido do que já aconteceu. É, deveriam ser os ecos. Tudo é escuro e cinza, e há uma névoa difusa do tipo daquelas em finais de filme de terror.
        Nas portas das lojas, pessoas vazias se acumulam como pequenas formigas correndo para o abrigo na iminência de chuva. Ao redor delas aparecem as palavras mais sujas (aquelas com asteriscos dentro vogais), as sensações mais sujas nas expressões mais sujas. Ao espreitar pela janela enxerga-se o mesmo tipo fútil de ser humano à venda, preços em inflação. A procura é alta, assim como a estupidez de cada um deles.
        Alguns de nós não aguentam mais – já fazia muito tempo que não sentíamos nada, e nada é ruim. Nada é vago, oco. Nada é inseguro e assustador. E o ser humano, de certa forma, é programado para não gostar do nada. Por isso a impaciência em meio à lacuna da consciência, em meio as palavras horríveis e dos pensamentos contaminados.
        Há um grito profundo, uma campainha alta e então as pessoas acordam, saindo do estado frívolo em que se encontravam, entrando em alerta, voltando à consciência que não tinham há muito tempo (muitas delas nem sequer se lembravam de um dia ter tido uma). Risadas ecoam, estão todos animados. Sente-se o cheiro do alívio. Como se estivessem acabado de ser salvos da forca.
        Depois de parecer ter estado inconsciente por décadas, despertei. Estava em uma estrada longa, cheia de árvores ao redor. Uma brisa morna passando por meu rosto, como se dissesse que tudo ficaria bem. Ouço pássaros e água caindo, caindo como o sol à minha frente que dizia seu silencioso adeus, deixando lugar para a lua imperar por sua metade do dia – a noite.
        Um farfalhar de tecido me chama a atenção e me viro bruscamente, assustada – lá está você. Com toda a sua beleza não tão pronunciada, e aqueles olhos que são capazes de acalmar o maior dos meus medos. Sinto o calor da alegria, o cheiro do amor e imediatamente me coloco a sorrir também. Eu me lembro – não sou um dos vazios. Não mais.
        O mundo explode, nada mais faz sentido ao mesmo tempo em que entendo tudo. Uma chuva não convidada, mas bem vinda, despenca sobre nós. Lava o resto da inconsciência, lava os pecados e os sentimentos ruins. E o seu sorriso traz a paz, me acalenta. O silêncio é o nosso aliado, assim como aquela troca de olhares.

        Agora sabemos que as palavras eram verdadeiras nas mais suculentas músicas...

        FIM.
        Créditos finais.


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Texto baseado numa música do Death Cab.
Beijos! ;)

sábado, 25 de setembro de 2010

; colorindo

        Se cada vez que eu sorrisse meu amor se transformasse em cores, o mundo seria feito um arco-íris.
        Ou ainda mais colorido, mais vibrante, mais diverso.
        Mais intenso.

        Haveria o violeta da sinceridade, da cumplicidade, do respeito e do envolvimento. O violeta que nos pega sempre nos momentos de silêncio, de um jeito que nos faz conversar assim – sem palavras, apenas por emoções tão explícitas em pequenos gestos.
        Haveria também o anil da lealdade inabalável, da confiança mútua que nos cerca o tempo inteiro. Aquele que nos faz mais nobres, que nos faz mais dignos, e que tornam o amor honrado como deve ser.
        Haveria o azul da tranquilidade e do afeto. O azul dos abraços longos, inacabáveis; o azul de dormir junto embaixo de cobertores enormes e nunca mais querer sair dali. O azul do "o mundo poderia parar naquela tarde".
         Haveria o verde da energia e do crescimento. Da esperança dos dias mais tristes e descoloridos. Verde do dia correndo descalço no campo e da barraca no meio do nada, onde só os suspiros interromperiam o silêncio absoluto.
        Haveria o amarelo da alegria. O amarelo das crises de riso – até nos momentos mais inapropriados! –, o amarelo da juventude e de tudo de bom que possa vir. O amarelo das receitas que dão errado e tornam-se sorrisos; o amarelo energia e das guerras de travesseiro.
        Haveria o laranja do movimento, de um fugir do abraço molhado e gelado do outro. O laranja das mudanças – das boas e as ruins. O laranja daquelas trocas de olhares.
        E haveria o vermelho. E mais amor impossível! O vermelho da atração. Vermelho dos beijos e dos sussurros. O vermelho da paixão, das noites e dos toques. O vermelho que torna tudo tão absurdamente forte; o vermelho latente da volúpia e da inocência – e das duas combinadas.
       
        Então haveria o branco e o preto. A tolerância, proteção, cuidado e tranquilidade; a introspecção, a quietude e os momentos de reflexão. E por fim, todos os tons entre todas as cores. E eles deixariam tudo absolutamente lindo, ainda mais irresistível.
       
        Ah, se cada vez que eu sorrisse meu amor se transformasse em cores!

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Novo layout, gostaram? :)
Não tive coragem de tirar a menininha dali! :P

Mais um post pra série "Colecionando Cores", e logo haverão mais novidades dela por aqui!

Bjsbjs, bom fim de semana!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

; pedaços de um futuro

        Música. Livros. Letras e livros. Alunos, talvez. Jornalismo. Uma casa no campo. Uma ou duas crianças. Cachorros. Filmes, computador. Viagens. Lugares exóticos. Fotografia. Linhas do tempo e  memórias. Amigos. Família. Amigos que são família. Um amor, dois cafés, três canetas e papel. Felicidade. Silêncio. P-a-z.





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A idéia foi da @ellegumz, em um post com o mesmo nome no blog dela. Achei foda e resolvi tentar.
E agora desafio todos os amiguinhos, escritores ou não, a tentar também!
Deixem os resultados aí nos comentários!

Beixooos! ;)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

; sick of it

        Ah, eu amo você!
        Amo tanto que não seria capaz de viver sem você. Amo tanto que sem você meu mundo morreria, a vida perderia o sentido. Amo você que, sem você, eu não poderia ver as cores! Eu não conseguiria achar graça em nada, eu não conseguiria respirar, SEM VOCÊ EU NÃO VIVO!
        Sem você eu não posso continuar. Sem você... Eu não vou. Porque sim, só vou se for com você! Sem você eu não posso ir, eu não conseguiria! Sem você não posso andar, não posso fazer meu próprio caminho, SEM VOCÊ EU NÃO POSSO EXISTIR!
        Sem você eu não vou a lugar algum. Eu não terei futuro, se você não estiver comigo! Ai, pensar em ficar sem você me deixa nervosa! Imagina, nem quero pensar nisso! Sem você eu não consigo nem pensar em respirar, viver, essas coisas bobas, sabe? Sem você eu jamais poderia ser feliz. Porque você é tudo o que importa! SEM VOCÊ EU NÃO POSSO SEGUIR EM FRENTE!
        Você é meu céu, meu sol, meu infinito. Você é tudo pra mim! Sem você eu entraria em depressão. Não conseguiria me imaginar sem você, sem você eu ficaria infeliz até não poder mais aguentar, SEM VOCÊ EU MORRERIA!


        Agora fala sério, eu sou a única que acha isso meio insano?
        Depender de outra pessoa pra ser feliz? Pra seguir em frente? Pra traçar os seus próprios caminhos? Não é nem questão de ser independente, ou de acabar pressionando (eu pessoalmente odeio ser pressionada). Só acho tudo isso doentio. Eu simplesmente não consigo entender o conceito de precisar de outra pessoa pra ter a minha própria vida.
        É demais pra mim. Demais.



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Às vezes algumas coisas soam assim pra mim.
E putz... Ciúme, necessidade ou o que quer que seja tem que ter limites, né?
Sou a favor de cada um no seu quadrado! :)
Paixão e amor são totalmente diferentes de dependência.
Pronto, falei.


Repense alguns conceitos! ;)
Beixos!

domingo, 12 de setembro de 2010

; mixed up

        Como as coisas entram em colisão? Difícil dizer. Simplesmente acontece. Elas estão ali, cada uma em sua própria órbita, até que uma confusão enorme seja criada do nada, envolvendo a todas, fazendo tudo virar, embolar, enrolar.
        E quando vejo, estou de volta à sua porta. Simplesmente não posso evitar. Nós andamos cada um pra um lado, mas quando percebemos estamos ali... Mais perto... Venha falar comigo! Mesmo que eu precise me controlar, mesmo que eu não saiba de nada – não olhe para trás com raiva. Aconteceu. Passou. Vai mudar. Mudaremos.
        São esses tchaus de todos os dias... Essas pessoas de todos os dias... Caindo pela primeira vez. De amores. De desamores. De reamores. E por aí vai. Sentimentos acelerando e desacelerando...
        Tente entender! Todos estamos enfrentando coisas parecidas, o tempo inteiro, e muitos de nós conseguem chegar lá. Mesmo os mais covardes, ou as crianças do passado, do futuro... Voltando pra minha vida, me dando um pouco mais... Boas em ir. Se foram. Voltarão?

        Boa noite, boa noite! O estado é grave. Feliz natal, a guerra acabou! Mas ainda assim, é difícil respirar... Escute-os falando: olá! Aguente! Se eu não conseguisse, se eu sentisse... Se eu simplesmente sentisse. E se eu nunca te ver de novo? Se simplesmente você soubesse...
        Paixão! É você. Você... Última chance, só preciso de um pouco do seu tempo! Estou perdendo a cabeça, mas amando esse tempinho... Me faz desejar.
        Sinto sua falta, te amo. Eu sei que deveria sair, mas você é como tudo pra mim... Minha imensidão... Meu oceano! Azul. Sempre azul.
        Não estou indo para casa, também não estou caindo aos pedaços – não mais. Sei que nada dura para sempre, mas se usarmos a imaginação... A pura imaginação...
        Vamos fugir! E então te contarei um segredo. E com esse jeito simples de amar, com esses arrepios, calafrios... Escreveremos uma história. Reescreveremos. Em uma manhã de domingo, pegue o que você quiser, nesse emaranhado que pode não ser o suficiente, como uma cidade pequena, como um nevoeiro, uma confusão... Mas vai dar certo. Vai servir.
        E eu sei que o sol vai aparecer, e eu, do jeito que era, do jeito que serei, te mostrarei esse amor.
        Sem as despedidas mais doces.
        Sem mais.


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ps: meio que uma brainstorm no meio da madrugada.
ps2: confusão? AH VÁ!
ps3: quem descobrir a lógica/segredo do texto, ganha... sei lá, pensarei num prêmio, mas ganha! :P
fica o desafio!

beijos! ;)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

; aos rapazes: sobre chocolate, silêncio, e essa merda toda de TPM

        Ok, lá vai um momento de prosa e reflexão dedicado totalmente a vocês, rapazes, lindos e curiosos sobre um assunto totalmente relevante na história da humanidade: a TPM.

        Fato é que, se Hitler fosse mulher e tivesse uma TPM daquelas, a história toda do holocausto poderia ter sido bem, e eu digo bem meeesmo, pior. Pensem no que poderia acontecer se George Bush tivesse TPM. Ou Hugo Chavez. Ou Bin Laden. Enfim, as meninas por aí devem entender o que eu quero dizer.
        Entendam mocinhos, primeiramente, que o problema é bem pior do que realmente parece. O negócio é o seguinte: durante o mês inteiro, sim, o mês inteiro, os níveis hormonais femininos ficam brincando de gangorra, montanha-russa, ou qualquer coisa inútil e irritante do tipo. É estrógeno subindo de um lado, progesterona caindo de outro, e depois estrógeno caindo e progesterona subindo, enfim, um inferno total. E isso reflete em nós, mulheres, de várias maneiras. Nosso corpo incha, desincha, nós ficamos cansadas, com sono, e doloridas. É, queridinhos, doloridas. Quer dizer, é quase pior que o inferno.
        E isso é só o começo da merda toda. Esses sintomas só fazem potencializar a cascata de todos os outros sintomas que chegam pra gente durante esses sete, dez dias em que ficamos insuportáveis (não só pra vocês, mas para nós mesmas, e tentem entender o que eu realmente quero dizer com inferno).
        De acordo com a Wikipedia (ou seja, porra nenhuma de confiabilidade, mas na falta de algo melhor é lá mesmo que a gente procura), os sintomas da TPM são:

    - Psicologicamente: Depressão (ou, como eu chamo, Fase um), ansiedade generalizada (por isso muitas de nós comem como retardadas, ou ficam andando de um lado pro outro como retardadas, ou não conseguem se concentrar como retardadas), transtorno do pânico (entende? Gritar com você o tempo inteiro dizendo que está gorda e feia e parecendo um testrálio (POTTERMANIACOS FOR THE WIN!!!) é praticamente patológico), transtorno bipolar (sério, acho que não preciso explicar esse. Qualquer rapaz que tenha namorada deve entender).

    - Fisicamente: Anemia (explica o chocolate? Acho que não...), distúrbios autoimunes (!), hipotireoidismo (!!), diabetes (!!!), epilepsia (!!!!), e vou parar por aqui mesmo porque essa parada tá ficando trash demais até pro meu humor tê-pê-êmico (e acredite, ele é mais negro que a Força para qual o Darth Vader se entregou. E nerd é a senhora sua mãe, beijos).


        Então, meninos, entendam: TPM é de verdade. Não é frescura feminina, não é chilique feminino, não é baboseira feminina e não é sua namorada querendo fugir de sexo. É sério mesmo. E o primeiro passo é a aceitação!
        O segundo, devo dizer, é também aceitar o fato de que, por mais que nós mulheres neguemos o inegável, NÃO HÁ O QUE SE FAZER CONTRA A TPM. Ela não desaparece de um dia pro outro (demora mesmo aqueles dias todos, arrastados e malucos), e não há o que você possa fazer para abrandar os sintomas. Bom, a não ser que você apareça com uma barra de chocolate, um abraço carinhoso e muito, muito silêncio. E não se esqueça das toneladas de paciência e compreensão. O momento é crítico, totalmente delicado.
        Silêncio é realmente a palavra chave. Mulheres na TPM precisam de silêncio, e se você for abrir a sua linda e toda trabalhada na meiguice boquinha, que seja para fazer elogios, para dizer como ela está linda, fofa, com a pele maravilhosa e o cabelo perfeito (mesmo que ela não esteja, e acredite, ela não vai estar. Mulheres na TPM ficam horríveis, e digo por experiência própria. Não que eu seja um exemplo de beleza, mas vocês são espertinhos e entenderam o que eu quis dizer).
       
        Enfim, espero que o post tenha sido esclarecedor. Se não for... Bem, foda-se, eu tô na TPM e não tô nem aí.

        Dois beijos, e até a próxima!




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Ps: Esse post é quase de utilidade pública. Provavelmente seria mais confiável, se eu não tivesse tirado aqueles dados da Wikipedia... Bah, essa história de enciclopédia em que todo nerd pode colocar o dedo e o nariz gorduroso não pode ser muito certa.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

; remember, remember...

        Feche os olhos e lembre-se.

        Comece pelo cheiro de chuva, de terra molhada, quando as gotas finas tocavam de leve toda a grama, molhando nossos rostos e nos fazendo sorrir. Lembre-se das nuvens que, apesar de cinzas, nos faziam sentir algo bom. Lembre-se do arco-íris aparecendo, enchendo de cores a tarde que passava em tons escuros.
        Lembre-se do frio. Mas só para então, logo em seguida, lembrar do calor de um abraço. De como ele pode preencher tudo, fazer com que a vida tenha um pouco mais de sentido. Lembre-se de como é se sentir totalmente completo, se sentir inabalável, fora de qualquer perigo que possa aparecer. Como a tristeza. Ou a solidão. Ou algo do tipo.
        Lembre-se dos sorrisos. Dos sorrisos e das risadas. E de como elas enchiam o dia, a tarde, de como elas faziam aquele calor engraçado subir até o rosto, numa explosão de coisas boas. Lembre-se das piadas, mesmo aquelas que não faziam sentido... Ou do que nem era piada, mas acabava se tornando motivo pra ataques histéricos de fazer qualquer um perder o ar.
        Lembre-se das conversas. Aquelas durante as manhãs, aquelas na chuva à tarde... E aquelas à noite, que nós tínhamos em segredo, e que eu mais falava do que você conseguia acompanhar. É, assim sou eu. Tagarela. Incorrigível. E lembre-se também daquelas conversas que tínhamos em silêncio... Com os olhos.
        Lembre-se de tudo isso, para então lembrar dos toques. Dos beijos. E de como eles faziam tudo, tudo fazer sentido. Como se não precisássemos de mais nada, como se fôssemos só nós e o mundo não fizesse diferença alguma. E faz? Lembre-se disso, e de como sempre foi bom. E lembre-se de como tudo sempre pareceu certo, perfeito.
        Lembre-se de mim. Porque eu, com certeza, não vou te esquecer.



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ps: Essa sou eu, na fase dois da TPM. Yay!
ps2: Superei a fase do chocolate. ESPERO.
ps3: MUITO OBRIGADA, todo mundo, pelas mais de cinco mil visitas! Vocês são fodas, os melhores amigos do mundo! :)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

; adjetivando adjetivos

        Extremamente errado. Altamente perigoso. Completamente insano. Tragicamente controverso. Perturbadoramente confortável. Perigosamente desejável. Perfeitamente alcançável, mas obviamente questionável. Mas seria tão fácil!
        Docemente detestável. Odiavelmente amável. Complicadamente descomplicado. Estranhamente simples, simplesmente estranho. Mas seria tão lindo!
        Você e suas hipérboles e suas antíteses e todas as suas cores e as músicas e texturas e gostos que imagino em você me deixam numa confusão imensurável. Mas seria tão bom...
       





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ps: a falta de pontuação no último parágrafo foi proposital, estética. :)
ps2: perdi meu pendrive com todas as cartas que eu tinha escrito pra postar, hihi.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

; na Morada da Noite

        Eu não pensaria em entrar em sua casa, ou em sua igreja, para depreciar suas crenças, apesar de eu discordar profundamente delas. Mas também eu não espero que o senhor tenha as mesmas crenças que eu. Na verdade, eu jamais pensaria em sequer tentar lhe atrair para minhas crenças, apesar de ter um profundo e permanente compromisso para com a minha Deusa. De modo que apenas insisto que o senhor me retribua com a mesma cortesia que já lhe outorguei. Quando estiver em minha casa, respeite minhas crenças.


P.C. & Kristin Cast, Traída
(Série House Of Night)

domingo, 22 de agosto de 2010

; uma conclusão ou duas

About me, myself and I
(To me, myself and I)


        Eu disse, desde o princípio disso tudo, que talvez o blog ficasse desatualizado por algum tempo. Vou explicar melhor.
        Primeiro de tudo vem o meu velho problema com blogs. Eu nunca tinha conseguido manter um durante muito tempo. Eu tive uns cinco blogs anteriormente, no mínimo, e nenhum deles passou do segundo mês de textos. Me peguei pensando sobre o porquê de tudo isso e, além, o motivo de agora eu conseguir tocar esse aqui.
        Acho que tem a ver com a questão da maturidade. Muita coisa na minha vida ultimamente vem girando ao redor dessas cinco sílabas, mas realmente faz sentido. Antigamente a idéia de ter um blog era mais voltada pro lado de postar qualquer coisa (por mais insignificante que fosse) e então conseguir o maior número de comentários possíveis. Demorou uns três ou quatro blogs até eu perceber que isso é bem mais fácil quando você tenta com fotologs ou algo do tipo, e bem... Lá fui eu. Imatura. Narcisista.
        Antes, nos dois ou três blogs que sobreviveram por mais de duas semanas (e umas quinze mudanças no layout nesse período), eu postava músicas, textos de outras pessoas e dois ou três textos meus que, na época, não faziam o menor sentido. Em sua maioria, reclamações infantis sobre o mundo, toda aquela coisa de puberdade, adolescência e hormônios. Estúpidos, enfim.
        Agora as coisas mudam. Adquiri, finalmente, maturidade o suficiente para enxergar que pra conseguir manter um espaço assim, eu precisaria ir além. Além do narcisismo, da ganância idiota por comentários e alguns minutos de fama. A maturidade para perceber que as pessoas encontram outros assim o tempo inteiro.
        Ao criar esse blog, parti da premissa de que não faria mais isso. Colecionar cores seria um modo de desabafar, em palavras, música, texto e poesia, sobre tudo e todos. Nada de escrever para os outros, para que os outros achem bonito ou interessante... O objetivo é escrever pra mim. Porque assim eu consigo olhar com outra perspectiva tudo o que me cerca, tudo o que eu sinto. Externando as palavras embaralhadas (ou não!) que me vêm em mente e eu coloco no papel (ou no word, claro) fica muito mais fácil entender. Me entender.
        E tem funcionado...



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Texto escrito pra tentar romper a barreira do bloqueio que vinha me impedindo de escrever algo decente há algum tempo. :)

 ps: A Carta #1, postada ontem, foi escrita há alguns meses. Tenho algumas outras "cartas" guardadas por aqui e acho que postarei uma por uma, nas próximas semanas...
Todas foram escritas em épocas diferentes e não necessariamente seguirão a cronologia pela qual foram colocadas no papel. Só tô esclarecendo porque, né...


Enfim... Boa semana pra todo mundo!

sábado, 21 de agosto de 2010

; Carta #1

Aos meus sentimentos,

        Parem de mudar!
        A cada dia fica mais difícil me concentrar e ter certeza de algo que estou sentindo. Nunca sei o que é real ou o que é impulso, e isso me deixa nervosa. Não aguento mais essa montanha russa maluca em que vocês me colocam o tempo inteiro. É desesperador!
        Por favor, decidam-se. Decidam logo o que é amor, o que é carinho, o que é paixão. O que é tristeza e o que é revolta. Decidam logo se são positivos ou negativos, se são duradouros ou se estão indo embora, deixem de ser instáveis! Isso está acabando comigo.
        Não estou pedindo muito, certo? Só um pouco de calma pra substituir essa angústia, e então talvez um pouco de certeza dentre tanta coisa incerta. Alguma coisa que me dê um corrimão pra segurar durante esses tempos estranhos. Algo um pouco mais concreto.
        Já entendi que esse ano vocês querem mudar. Inovar. Renovar. Mas por favor, pensem um pouco em mim. Não sejam tão malucos! Estabilizem. Tranquilizem. É o que estou pedindo.
        Talvez podemos negociar uma linguagem mais clara, que tal? Menos frio na barriga, menos aperto no peito. Eu não os entendo. Não consigo traduzir. Um pouco mais de sensações boas, só pra eu ter certeza de que estou no caminho certo, quando eu estiver no caminho certo. Será que dá?
        Enfim, sentimentos. Vamos entrar num acordo! Vocês se revelam, claros e indubitáveis, eu acato. Prometo, não vou lutar contra vocês. Não vou forçar. Já estou cansada disso. Disso e de tantas outras coisas...
        Não aguento mais tanta confusão.




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ps: Não, não vou explicar o post. Pra ninguém. Espero ter sido clara, rs.
ps2: Vou tirar foto do livro que a Lena autografou pra mim e posto aqui, depois! Super fofa, adorei conhecê-la! *-*
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quinta-feira, 29 de julho de 2010

; e se...


But you can take the bluest sky and turn it grey...

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    E se não existissem diferenças?

    E se doce fosse sempre doce, e amargo fosse doce, e salgado fosse doce? E se azul fosse amarelo, verde fosse amarelo, e o amarelo fosse tão amarelo quanto... Amarelo?
    E se o céu fosse sempre de uma cor só? Nada de vermelho-rosa-laranja-azulado no pôr-do-sol, ou aquele vinho-vermelho-esquisito de madrugada? E se as nuvens fossem azuis? Céu azul, nuvens azuis, sol azul!
    E se não existissem gatos, e só cachorros? E se todos os cachorros fossem brancos com manchas pretas? E se todas as manchas pretas fossem ovais e acinzentadas no meio? E se todos os cachorros brancos com manchas pretas acinzentadas fossem ferozes como poodles de madame?
    E se todas as pessoas fossem baixas? Baixas e magras? E se todas essas pessoas fossem baixas, magras, mulheres, que não gostam de doce, prefeririam o céu colorido e odiassem cachorros brancos com manchas pretas acinzentadas?
    E se todos os escritores escrevessem romances? E se todos os roteiristas escrevessem filmes de ação? E se todos os musicais fossem de drama? E se toda comédia só falasse de política? E se toda tragédia fosse sobre Romeu e Julieta?
    E se todas as músicas fossem em SiBemol? E se todas as letras falassem de um cara apaixonado ignorado pela garota amada? E se todas as melodias fossem calmas como baladas românticas? E se guitarras fossem violões, baixos fossem violões, violinos fossem violões e violoncelos fossem violões?
   
   
    O mundo não é todo igual.
    O mundo cria e mostra diversidade a todo momento.

    E se todo ser humano soubesse respeitar as diferenças?

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ps: tirei a foto ontem e sim, sou muito feliz com minha câmera nova *---*

terça-feira, 27 de julho de 2010

; #vipsfacts


Bebidas: R$ 235,00
Comidas: R$ 100,00
Bares e restaurantes: R$ 80,00
Filmes que ninguém assistiu: R$ 15,00

Passar uma semana com os melhores amigos do mundo: não tem preço!




Clichê, eu sei. Mas é a mais pura verdade.

Dividir essa semana com Jade, Nalu, Léo, Luh, Jaum, Luli, Lô e Bel (mesmo que só no finalzinho) foi muito muito foda! Valeu pelas bebedeiras, pelas pérolas, pelos momentos de silêncio e pelas falações intermináveis... Valeu pelos jogos, pelos filmes (que nem vimos direito!), pelas guerras de almofadas (né Dajinha?), pelos jogos de vídeo game (BATE NA POLÍCIA! BATE NA POLÍCIA!), pelos ensaios, pelos momentos no estúdio mais rindo do que tocando, pela tentativa totalmente #fail de gravar Nanana... Enfim! Valeu por tudo, gente. Sério! :)

Me apaixonei ainda mais por essas vadias que o povo chama de Vips, e posso falar? Somos fodas mesmo, não importa o que digam ou o que pensem! E essa semana juntos, no mesmo lugar, sob o mesmo teto, com as mesmas guitarras, piadas internas e momentos retardados provou a todos que não há [ironia] "panelinha filha da puta arrogante que se acha melhor que todo mundo" [/ironia] melhor que a gente. HDASIOHIODSHAIOADSHIHIOADHIIHOADS Pronto, falei.
E um beijo pros fãs!

Naluzinia, Legumes, Puppy, Daje, Luli e John... Caras, amo vocês! (L)




Ps: Vinte e três latas vazias de Smirnoff Ice, uma garrafa vazia de tequila Jose Cuervo Especial, doze garrafas vazias de Heikenen mais as cinco do bar, meio litro de vodka Smirnoff e oito latas de RedBull.
Bandibêbado. Sem mais.
Ps²: São TANTAS pérolas que se eu fosse postar todas o post jamais acabaria! :(

terça-feira, 13 de julho de 2010

; Dona Lígia

    Ela entrou nas nossas vidas em uma terça ou quarta feira de fevereiro, e não me lembro se fazia sol ou chovia, não me lembro o que fiz direito naquele dia ou nenhuma outra coisa do tipo. Mas ela estava lá, e foi marcante. Entrou na sala onde trinta adolescentes faziam uma bagunça daquelas de deixar qualquer um de cabelo em pé, e demorou vários minutos para conseguir seus poucos minutos da nossa atenção.
    Foi assim que Dona Lígia entrou na nossa vida. Uma senhora baixinha, porém forte; expressão calma, e olhos que demonstravam tanta energia quanto qualquer outro de nós. Ela, mais perto dos oitenta que dos sessenta - ou pelo menos aparentava - tinha um brilho no olhar que naquela época eu não compreendia.
     Toda a semana nós passávamos cerca de duas horas com ela. Pouco tempo, mas que mudaria mais em nós do que seríamos capazes de perceber. Era despretensiosa, e muitos de nós nem percebiam o que estava acontecendo. Achavávamos que quando ela mandava que nós fizéssemos círculos pra conversar era simplesmente pra não termos aula e ficar ali gastando tempo. Mas ela passava mais de Filosofia pras nossas mentes do que qualquer outro professor seria capaz.
    Em todas as aulas elas nos pegava com as histórias mais inusitadas. Como seus netos tinham lançado livros antes mesmo de saberem escrever, como havia sido sua graduação em direito, letras, filosofia e todas as outras; como havia aprendido a tocar violão... E envolvia a todos nós. E então pegava a apostila e, como se o material não fizesse o menor sentido, dava uma risada e pedia para que lêssemos algum artigo estranho o qual nenhum de nós entendia mais de duas linhas.
    Nos dias de prova ela fingia ser séria. Não era mais a senhorinha que trazia o violão pra tocar Chico Buarque durante nossas aulas ou que recitava os poemas de Vinícius de Moraes, pelo menos tentava não ser. E quando desconfiava que estávamos fazendo algo errado perguntava se estávamos colando, como uma avó que pergunta aos netos se eles comeram aquele pacote de biscoitos que ela havia deixado sobre a mesa da cozinha.
    Ela ensinou para cada um de nós muito mais que simplesmente o Mito da Caverna de Platão - o qual ela nos obrigou a ler umas oito vezes num período de dois anos. Ela nos ensinou a nos expressar do modo em que nos sentíssemos mais à vontade. Ela nos ensinou um bom tanto de ética e outro tão grande quanto de perseverança.
    O brilho nos olhos dela? Sabedoria. A sabedoria que só alguém perto dos oitenta anos que entra numa sala com trinta adolescentes estúpidos e egoístas poderia ter. Ela estava ali pra ensinar, mesmo sabendo que poucos de nós realmente aprenderiam algo, e menos ainda dariam algum valor. Eu não dei valor. Provavelmente nenhum de nós deu, nenhum de nós enxergou. Mas ontem, pensando nisso, percebi que conheci nessa vida poucas pessoas tão imensamente extraordinárias quanto Dona Lígia.


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Singela homenagem a uma mulher incrível que provavelmente jamais lerá, rs :)
Bateu aquela saudadezinha dos tempos de Ensino Médio ontem, lembrando com o João e as meninas das aulas da Dona Lígia... E me inspirei! Ela foi realmente uma das pessoas mais inteligentes que eu já conheci.

Beijos prazamiga!